Criança Fazendo Arte
Antigamente, ou talvez ainda em alguns cantos esquecidos do hoje, a expressão “fazer arte” carregava um quê de travessura, de algo que merecia um olhar repreensivo. “As crianças estão fazendo arte” não era exatamente a frase que enchia o coração dos adultos de alegria. E se, entre essas artes, desponta o desejo de ser artista?
Mas, ah!, quão limitada era essa visão! Fazer arte… deveríamos todos mergulhar nesse mar, principalmente as crianças. E isso não está ligado ás artes que colocam os pequenos sob os holofotes, os fazendo recitar versos na igreja ou na escola, mas algo mais profundo, relacionado à essência.

A arte tem o poder de despertar a criatividade, empatia e a capacidade de olhar o mundo com olhos questionadores. Sendo assim pode agregar na formação de seres humanos inteiros, capazes de sentir e pensar com profundidade.
Entre tantos caminhos que a arte nos convida a percorrer, o teatro sempre foi para mim um dos mais fascinantes. Talvez seja pela magia do encontro, pela dança das interações que sai do palco e se estende até quem assiste, envolvendo todos numa experiência comum. No teatro vejo a colaboração, essa habilidade tão preciosa e necessária, florescer de maneira única entre as crianças. Através dele, aprendem a escutar, a se colocar no lugar do outro, a construir juntos algo que só existe porque compartilharam suas ideias.
Deixemos as crianças “fazerem arte”. Elas podem pintar o mundo com as cores da imaginação, dançar na chuva das possibilidades, e encenar as histórias que brotam do coração. Pois ao fazerem arte, elas se tornam artistas da própria vida, desenhando futuros onde o ser é mais importante que o ter.
Talvez todos nós deveríamos fazer um pouco mais de arte.